Emergent Ecologies


metodologia
Esta pesquisa se desenvolveu ao longo do ano de 2024 através do Centro de Estudos Brasileiros Behner Stiefel, da Universidade Estadual de San Diego (SDSU), e ONG Oceana, buscando promover um entendimento das condições de vida e um levantamento das técnicas, saberes e cultura pesqueira feminina tradicional na região, no intuito de promover o fortalecimento e o empoderamento feminino e coletivo, além da busca por melhorias que possam contribuir para a melhoria de suas condições de vida, a garantia de seus modos de vida e a preservação de seus saberes tradicionais.

primeiros contatos
Após a autorização Institucional do ICMBio para desenvolvimento da Pesquisa dentro da área da Resex obtida através do SISBIO, entramos em contato com o Conselho Quilombola da Bacia e Vale do Iguape, para apresentação da pesquisa em reunião do Conselho para a autorização de seu desenvolvimento. Obtida a autorização do Conselho em reunião que acontece mensalmente no segundo domingo do mês. Pudemos nos reunir com o Núcleo Marias Felipas - Organização responsável pelas pautas referentes às mulheres dentro do Conselho Quilombola. Nesta reunião apresentamos nossa intenção de pesquisa buscando alinhar nossos interesses às necessidades da Comunidade. De fato, as mulheres pescadoras e marisqueiras relataram a forte sensação de invisibilidade e desvalorização quanto ao seu trabalho. Além disso, manifestaram grande revolta com os diversos conflitos ambientais vivenciados em seu território que interferiam em seus modos de vida. Apresentamos nossa sugestão de que as próprias marisqueiras executassem o trabalho de campo, e solicitamos indicações que seriam dadas nos próximos dias, após o estabelecimento das regiões de pesquisa.
Escolhas das regiões
Para uma compreensão mais ampla do território integral da Resex, pudemos conversar com Rafaela Farias, gestora da Resex, que nos ofereceu uma percepção complexa do território e nos sugeriu a divisão em quatro regiões que apresentavam lideranças, geografias, espécies e técnicas distintas e que seriam fundamentais para conseguirmos minimamente apresentar toda a diversidade deste território: Região 1 - Comunidades do Conselho quilombola, Região 2 - Santiago do Iguape e São Francisco do Paraguaçu, Região 3 - Ponta de Souza, Coqueiros e Najé e Região 4 - Porta da Pedra, Baixão do Guaí e Capanema.
​No mapa ilustrativo é possível visualizar as micro-regiões onde a pesquisa foi realizada, a sua distribuição espacial e a estreita conexão entre as comunidades e as paisagens presentes na Resex. Cada região marcada no mapa corresponde aos territórios das comunidades.

Colaboradoras de Campo
Com as regiões definidas, iniciamos contato com as organizações representativas de mulheres pescadoras e marisqueiras para o entendimento das questões locais e solicitação da indicação da pesquisadoras colaboradoras, mulheres marisqueiras, que estivessem interessadas em apresentar a pesca artesanal feminina de suas comunidades e região, saberes e dificuldades, lendas e conflitos. Após as indicações fizemos uma visita em campo para entrega de material e treinamento inicial. Cada colaboradora de campo recebeu um tablet para os registros audiovisuais e para a participação em reuniões online semanais em que apresentavam os dados coletados, em colaboração com a Supervisora de campo Doutora Iacy Pissolato Silvera, que as auxiliava no trabalho de campo, apontando caminhos de investigação científica, métodos etnográficos e exercícios reflexivos sobre os dados coletados. Além disso, semanalmente as colaboradoras escreviam relatórios de campo em formato de diário de campo para que pudessem registrar os dados e suas impressões gerais. Toda a sua produção foi posteriormente revista pelas próprias pesquisadoras gerando suas páginas descritivas sobre suas respectivas regiões. A proposta de auxiliar as marisqueiras, para que elas mesmas apresentassem suas comunidades, seus saberes e seus modos de vida, estabeleceu-se como único caminho possível para a prática de uma antropologia contra colonial, empoderadora e libertadora. As pesquisadoras mostraram como a intimidade afetiva com os fazeres e saberes, e o sentimento de pertencimento, orgulho e amor por seus modos de vida são instrumentos metodológicos eficazes na captura e representação de sua sabedoria.





Equipe

Agda de Jesus

luciane cruz

Daiana dos Santos

Rebeca
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Iacy Pissolato
bruno tarin

Thaiz Menezes
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Erika Robb Larkins
